quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Mulher....



Mulher perdida, abandonada, 
Remexe no seu bolso e não encontra nada. 
Mulher corajosa que enfrenta a adversidade, 
Na busca da felicidade. 
Mulher que chora, porque foi magoada, 
Que ergue a cabeça e segue determinada. 
Mulher honesta e justa 
Que luta, que grita que enfrenta, 
Aquilo que ao próprio homem custa. 
Mulher, amante, amiga, companheira, 
Que te abre sua cama, num dia de canseira. 
Mulher bela, mulher feia, mulher doce e amarga, 
Que te perdoa e desculpa, 
Que por ti ergue a bainha de sua espada. 
Mulher, metáfora do amor, 
Que esconde suas lágrimas, 
Para te proteger de sua dor. 
Mulher nobre, mulher fútil 
Que te abre sua porta 
Quando te pode ser útil. 
Mulher pobre que a criança sustenta, 
E que sem forças, sua vida acalenta. 
Mulher da vida, mulher heroína, 
És, foste, serás, hoje e sempre uma Rainha. 

Alcina Moreira

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Soneto de separação


De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.
Vinicius de Moraes





Foto na Cachoeira da Fumaça,Resende/RJ