quarta-feira, 14 de novembro de 2018

A flor bela perdeu o perfume...



Flor morta
A flor dorme nos dias frios e nos dias
quentes.
Ainda brilha, mas corre assustada
abatida e carente.
Tem rezado mais do que o padre
santo que benze gente.
A flor bela perdeu perfume, perdeu
o sangue quente.
Morreu sorriso, morreu no ventre.
A flor murchou, mas deixou semente.
Deixou saudade, deixou dores, deixou
sabores e seus gestos latentes.

WMarques 




Foto - meu jardim

terça-feira, 6 de novembro de 2018

Quase...


Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas ideias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono. 


Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. 

Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.


Sarah Westphal




Foto - São Francisco Xavier/SP

terça-feira, 30 de outubro de 2018

Detalhes incompletos.....




"A vida segue acontecendo nos detalhes, nos desvios, nas surpresas e nas alterações de rota que não são determinadas por você." 

Martha Medeiros 


Foto - Candelabros na entrada principal da Academia Militar Agulhas Negra em Resende,RJ

sexta-feira, 19 de outubro de 2018

Deixar a janela aberta...site ok




"Descobri que deixar a porta fechada é melhor, quando algo quiser entrar, que bata, que insista, isso é prova que o que tem pelo lado de fora vale a pena. Vou fechar com cadeado, com sete chaves que é para ter certeza de que ninguém irá arrombar, derrubar, me roubar aquilo que eu mais prezo, o meu sentimento. Mas vou deixar a janela aberta, para que tudo continue claro e evidente na hora das minhas escolhas. Também preciso de ar, do vento, da brisa que entra pela janela e espanta todos os meus medos, levam todos os meus desassossegos e me deixa em paz com meus erros." 



Maíra Cintra 




Foto - Fazenda Morada do Castelo - Resende

quarta-feira, 10 de outubro de 2018

O número dois da porta..

O número dois da porta fechada.
A tranca que a mantém aferrolhada, esconde a realidade de um tempo ainda vivo.
Se assim não fosse, não haveria trancas nem ferrolhos nas portas fechadas, nem olhares a tentarem saber do novo mundo trancado com portas
Um mundo talvez ainda às avessas no sobrado da sala.
Um corredor fundo com mais ferrolhos nas portas, e as portas trancadas.
Um par de janelas com os vidros quebrados.
Um outro par de janelas a espelhar a vida a encher ainda as partes todas da casa.
E o número dois, um número par a ocupar um espaço livre entre o número um e o número três, estabelece assim um certo equilíbrio, num conjunto de janelas e portas fechadas.
Um número par que permite a parceria perfeita entre os elementos que aqui se derramam, quer seja de noite ou de dia, quer seja a cores ou a preto e branco, ou até nos tons prateados dos reflexos da lua.

Dolores Marques 




Foto - Visconde de Mauá- Resende- RJ

segunda-feira, 8 de outubro de 2018

Memória da Casa 146....





Não está no portão 
a memória da casa, 
nem está no porão, 
onde tudo se guarda.(...) 

A memória da casa 
jaz além da estrutura, 
das paredes caiadas, 
assoalho, nervuras.(...) 

As memórias são tantas, 
tantos são os lugares 
onde pousam lembranças(...) 

Trechos da música Memória da Casa - Fernando de Oliveira e Walmir Palma 





Foto - Bananal, SP

sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Deixa em cima desta mesa a foto...




Deixa em cima desta mesa a foto que eu gostava 
Pr'eu pensar que o teu sorriso envelheceu comigo 
Deixa eu ter a tua mão mais uma vez na minha 
Pra que eu fotografe assim meu verdadeiro abrigo(...) 

Deixa o meu olhar doente pousado na mesa 
Deixa ali teu endereço qualquer coisa aviso 
Deixa o que fingiu levar mas deixou de surpresa(...) 

Deixa a minha insanidade é tudo que me resta 
Deixa eu por à prova toda minha resistência 
Deixa eu confessar meu medo do claro e do escuro(...) 


Trechos da música de Oswaldo Montenegro - Se puder sem medo 







Foto - Solar Manuel de Aguiar Vallin
Construído em meados do século XIX, este sobrado evidência a riqueza de uma época em Bananal, SP

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

A Princesa e o Sapo



Era uma vez... numa terra muito distante... uma princesa linda, independente e cheia de auto-estima.
Ela se deparou com uma rã enquanto contemplava a natureza e pensava em como o maravilhoso lago do seu castelo era relaxante e ecológico... 
Então, a rã pulou para o seu colo e disse: linda princesa, eu já fui um príncipe muito bonito. 
Uma bruxa má lançou-me um encanto e transformei-me nesta rã asquerosa. 
Um beijo teu, no entanto, há de me transformar de novo num belo príncipe e poderemos casar e constituir lar feliz no teu lindo castelo. 
A tua mãe poderia vir morar conosco e tu poderias preparar o meu jantar, lavar as minhas roupas, criar os nossos filhos e seríamos felizes para sempre... 
Naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã sautée, acompanhadas de um cremoso molho acebolado e de um finíssimo vinho branco, a princesa sorria, pensando consigo mesma: 
- Eu, hein? Nem morta!


Luis Fernando Veríssimo - crônicas

quinta-feira, 20 de setembro de 2018

O tempo e as jabuticabas

Contei meus anos e
descobri que terei menos tempo para viver
daqui para frente do que já vivi até agora.
Tenho mais passado do que futuro…
Sinto-me como aquele menino
que ganhou uma bacia de jabuticabas…
As primeiras, ele chupou displicente…
mas percebendo que faltam poucas,
rói o caroço…
Já não tenho tempo
para lidar com mediocridades…
Não quero estar em reuniões
onde desfilam egos inflados.
Inquieto-me com invejosos
tentando destruir quem eles admiram,
cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo
para conversas intermináveis…
Já não tenho tempo para administrar
melindres de pessoas que,
apesar da idade cronológica,
são imaturas…
Detesto fazer acareação de desafetos
que brigaram pelo majestoso
cargo de secretário geral do coral…
As pessoas não debatem conteúdos…
apenas os rótulos…
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos…
quero a essência…
minha alma tem pressa…
Sem muitas jabuticabas na bacia,
quero viver ao lado de gente humana, muito humana;
que sabe rir de seus tropeços…
não se encanta com triunfos…
não se considera eleita antes da hora…
não foge de sua mortalidade..
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade…
O essencial faz a vida valer a pena…
e para mim
basta o essencial…
Rubem Alves

quarta-feira, 25 de julho de 2018

A cor do invisível...





Eu escrevi um poema triste
E belo, apenas da sua tristeza.

Não vem de ti essa tristeza
Mas das mudanças do Tempo,
Que ora nos traz esperanças
Ora nos dá incerteza...

Nem importa, ao velho tempo,
Que sejas fiel ou infiel...

Eu fico, junto à correnteza,
Olhando as horas tão breves...
E das cartas que me escreves
Faço barcos de papel

Mário Quintana

terça-feira, 8 de maio de 2018

Sonho de você...


Sonhe com aquilo que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida
e nela só se tem uma chance
de fazer aquilo que quer.

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz. 

As pessoas mais felizes não tem as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor das oportunidades
que aparecem em seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem
a importância das pessoas que passaram por suas vidas.


Clarice Lispector





Foto - Paraty

quinta-feira, 26 de abril de 2018

Quem Sabe Um Dia...



Quem sabe um dia

Quem sabe um seremos
Quem sabe um viveremos
Quem sabe um morreremos!

Quem é que
Quem é macho
Quem é fêmea
Quem é humano, apenas!

Sabe amar
Sabe de mim e de si
Sabe de nós
Sabe ser um!

Um dia
Um mês
Um ano
Um(a) vida!

Sentir primeiro, pensar depois
Perdoar primeiro, julgar depois
Amar primeiro, educar depois
Esquecer primeiro, aprender depois

Libertar primeiro, ensinar depois
Alimentar primeiro, cantar depois

Possuir primeiro, contemplar depois
Agir primeiro, julgar depois

Navegar primeiro, aportar depois
Viver primeiro, morrer depois.



Mário Quintana



Foto - Trindade - Paraty

Só eu...





Só eu sei da minha tristeza.

Só eu sei da minha dor.


Só eu sei da minha verdade.

Que não se esconde, para agradar ninguém.

Só eu sei da dificuldade que é caminhar.

Depois de cair de um lugar tão alto.

E mesmo sangrando por dentro, resistir.

Só eu sei como dói lembrar.

Do que poderia ter sido e talvez não será.

Só eu sei a força que tenho que fazer para de novo levantar.

Só eu sei.

Só eu e mais ninguém.




Nilza Rodrigues

terça-feira, 17 de abril de 2018

Viver a vida intensamente....



Tenho um instinto só meu.

 Gosto de viver assim, sem limites, fazendo a vida se moldar em mim. 

Brinco com o tempo, contrariando sua exatidão. 

Nada pode ser sério demais. Sigo os ponteiros do meu coração. 

Sou de um jeito exagerado, sou o espanto por não ter na fala a pausa precisa.

 Sou borboleta arisca, que arrisca, à espera da flor mais bela.

Sou a cada minuto, a sugestão de um momento.

Sou sentimento, apego, carinho, a falta.

Por quanto tempo eu viver, seguirei achando que ainda não amei o suficiente.

 Sou só eu mesma a todo instante.

Patty Vicensotti

domingo, 15 de abril de 2018

Hier Encore....Ainda Ontem...


Ontem ainda eu tinha vinte anos
Acariciava o tempo e brincava de viver
Como se brinca de namorar
E vivia a noite
Sem considerar meus dias que escorriam no tempo
Eu fiz tantos projetos que ficaram no ar
Alimentei tantas esperanças que bateram asas
Que permaneço perdido sem saber aonde ir
Os olhos procurando o Céu mas, o coração posto na Terra
Ontem ainda eu tinha vinte anos
Desperdiçava o tempo acreditando que o fazia parar
E para retê-lo, e até ultrapassá-lo

Eu só fiz correr e me esfalfar
Ignorando o passado, conjugando o futuro
Eu precedia de mim qualquer conversação
E opinava que eu queria o melhor
Por criticar o mundo com desenvoltura
Ontem ainda eu tinha vinte anos
Mas perdi meu tempo a cometer loucuras
Que não me deixa, no fundo nada e realmente concreto

Além de algumas rugas na fronte e o medo do tédio

Porque meus amores morreram antes de existir

Meus amigos partiram e não mais retornarão
Por minha culpa eu criei o vazio em torno a mim

E gastei minha vida e meus anos de juventude

Do melhor e do pior descartando o melhor
Imobilizei meus sorrisos e congelei meus choros

Onde estão agora, meus vinte anos?

Charles Aznavour




Foto - Bento Gonçalves;RS

terça-feira, 10 de abril de 2018

Outros olhos...



Ora, tristeza, tente ao menos ser mais leve. Quero de volta meus discos de dance music, que você tirou da prateleira. E minhas roupas estampadas, que sumiram do meu armário depois que você se instalou aqui. Por favor, não tente entrar em contato comigo com as velhas razões de sempre. Não é a fria lógica dos seus argumentos que irá guiar meu coração daqui por diante. Quero ver a vida por outros olhos, que não os seus. Quero beber por outros motivos, que não afogar você dentro de mim. Cansei da sua falta de senso de humor, do seu excesso de zelo. Vá resolver suas carências em outro endereço.

Fernanda Young



Foto Fazenda Morada do Castelo -  Resende

sábado, 7 de abril de 2018

A vida não tem manual...


Sabe qual é o grande mistério da vida? É que só se aprende a viver, vivendo. E cada vida é única! Seria muito fácil se os erros da vida dos outros e os aprendizados pudessem transferidos de pessoa em pessoa. Acontece que errar faz parte da vida, só não erra quem nada faz.

O grande problema de errar, é ver nos erros um fracasso de onde nenhuma lição se pode tirar. São os erros que cometemos que faz de cada um de nós pessoas singulares, únicas. Muitas vezes nos apegamos tanto aos erros, que passamos a vida tentando corrigi-los sem nunca parar para pensar o que podemos aprender com os erros e como acertar da próxima vez.

O tempo não para. A vida não volta atrás. E vamos continuar errando. Só não podemos nos dar o luxo de cometer sempre os mesmo erros. Há muitas maneiras diferentes de errar, e cada uma nos traz uma lição. A vida não vem com manual, e se pudéssemos escrever um manual no fim da vida, não serviria para ninguém além de nós mesmos. Todos somos diferentes.

Não se condene pelos maus passos que deu no passado. Mas olhe para trás, veja onde está pisando e escolha muito bem o seu caminho no futuro.


Autor Desconhecido





Foto - Parque Itatiaia

sexta-feira, 6 de abril de 2018

Sorri...




Sorri quando a dor te torturar
E a saudade atormentar
Os teus dias tristonhos vazios

Sorri quando tudo terminar
Quando nada mais restar
Do teu sonho encantador

Sorri quando o sol perder a luz
E sentires uma cruz
Nos teus ombros cansados doridos

Sorri vai mentindo a sua dor
E ao notar que tu sorris
Todo mundo irá supor
Que és feliz.

Djavan

quinta-feira, 5 de abril de 2018

Tristeza é...

Tristeza é quando chove
quando está calor demais
quando o corpo dói
e os olhos pesam
tristeza é quando se dorme pouco
quando a voz sai fraca
quando as palavras cessam
e o corpo desobedece
tristeza é quando não se acha graça
quando não se sente fome
quando qualquer bobagem
nos faz chorar
tristeza é quando parece
que não vai acabar

Martha Medeiros




Foto - Paraty

quarta-feira, 4 de abril de 2018

A arte de ser feliz...

Houve um tempo em que minha janela se abria
sobre uma cidade que parecia ser feita de giz.
Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.
Era uma época de estiagem, de terra esfarelada,
e o jardim parecia morto.
Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde,
e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas.
Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse.
E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.
Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor.
Outras vezes encontro nuvens espessas.
Avisto crianças que vão para a escola.
Pardais que pulam pelo muro.
Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais.
Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar.
Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega.
Ás vezes, um galo canta.
Às vezes, um avião passa.
Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino.
E eu me sinto completamente feliz.
Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas,
que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem,
outros que só existem diante das minhas janelas, e outros,
finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.


Cecília Meireles





Foto - Estrada Resende - Arapeí

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

Só por hoje

Só por hoje, direi que estou de mal com a depressão, e se ela der as caras, aplicar-lhe-ei vinte bofetões de alegria.

Só por hoje darei alta aos analistas, psicólogos, psiquiatras, conselheiros, filósofos e proclamarei que, se antes eu era porque era o que eu era, agora sou o que sou porque sou tão feliz quanto penso que sou.

Como penso que sou feliz, logo sou.

Só porque hoje, direi que a vida é uma festa, acreditarei que a vida é uma festa e farei da festa a minha vida.

Só por hoje, tomarei um porre de alegria!

Só por hoje, rirei à toa e contarei a mim mesmo uma piada tão velha quanto a história daquele sujeito que olhava por cima do óculos para não gastar as lentes.

Só por hoje, revelarei ao mundo que sou feliz e chamarei de absurda toda opinião contrária.

Só por hoje, acreditarei que ri melhor quem ri por si mesmo.... Já estou rindo.

Só por hoje, informarei a todos que sou tão feliz quanto resolvi ser.

Só por hoje, guardarei a seriedade no baú e deixarei que a criança interior brinque comigo o tempo todo.

Só por hoje, estarei tão bem-humorado que rirei até daquele anúncio que diz: "Vende-se uma mala por motivo de viagem".

Só por hoje, admitirei que ser feliz é tão simples quanto dizer que sou feliz.

Só por hoje, estarei tão feliz que não sentirei falta de sentir falta da felicidade.

Só por hoje, expulsarei da minha casa a tristeza e hospedarei a alegria, o sorriso e o bom-humor.

Só por hoje, abrigarei a felicidade sob o meu teto, vesti-la-ei com roupas do bem-estar, dar-lhe-ei a
comida do sorriso, a bebida da alegria e deverti-la-ei com conversas agradáveis e positivas.

Só por hoje, me divorciarei do passado, romperei o namoro indecoroso com os males do presente e me casarei indissoluvelmente com a felicidade.

Só por hoje, hastearei a bandeira do bom-humor sobre o meu próprio território.

Só por hoje, decidirei que sou definitivamente feliz...

Só por hoje... e o hoje é cada novo dia em nossas vidas! Tenha, só por hoje, um dia de eterna felicidade! E lembre-se de tudo isso amanhã, depois e depois.
(autor desconhecido)

Foto - Meu jardim  - Resende/RJ