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quarta-feira, 8 de março de 2017

Solitário...



Como um fantasma que se refugia
Na solidão da natureza morta,
Por trás dos ermos túmulos, um dia,
Eu fui refugiar-me à tua porta!
Fazia frio e o frio que fazia
Não era esse que a carne nos conforta…
Cortava assim como em carniçaria
O aço das facas incisivas corta!
Mas tu não vieste ver minha desgraça!
E eu saí, como quem tudo repele,
-Velho caixão a carregar destroços-
Levando apenas na tumbal carcaça
O pergaminho singular da pele
E o chocalho fatídico dos ossos!
 Augusto dos Anjos 

domingo, 19 de fevereiro de 2017

A Gente Só Tem Uma Certeza....


A gente se fere, se machuca
e acha que nunca tem culpa
de ter feito o outro sofrer.
A gente não consegue entender
o que leva nosso coração
a criar tal situação.
A gente não se entende,
asperamente, se defende
daquilo que pensa que não fez.
A gente conta até três
pra não explodir
e assistir tudo ruir.
A gente briga pelo que não aconteceu,
discute pelo que não viveu.
A gente reclama carinho e atenção,
cobra de tudo sem distinção.
A gente perde a razão,
afinal, quem nos domina é a emoção.
A gente se magoa
e é sempre tão à toa,
tão sem intenção.
Por que será que fazemos isso
com o nosso coração?
A gente só tem uma certeza:
que se ama de verdade,
mesmo diante de tanta impossibilidade.

Silvana Duboc

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Mulher....



Mulher perdida, abandonada, 
Remexe no seu bolso e não encontra nada. 
Mulher corajosa que enfrenta a adversidade, 
Na busca da felicidade. 
Mulher que chora, porque foi magoada, 
Que ergue a cabeça e segue determinada. 
Mulher honesta e justa 
Que luta, que grita que enfrenta, 
Aquilo que ao próprio homem custa. 
Mulher, amante, amiga, companheira, 
Que te abre sua cama, num dia de canseira. 
Mulher bela, mulher feia, mulher doce e amarga, 
Que te perdoa e desculpa, 
Que por ti ergue a bainha de sua espada. 
Mulher, metáfora do amor, 
Que esconde suas lágrimas, 
Para te proteger de sua dor. 
Mulher nobre, mulher fútil 
Que te abre sua porta 
Quando te pode ser útil. 
Mulher pobre que a criança sustenta, 
E que sem forças, sua vida acalenta. 
Mulher da vida, mulher heroína, 
És, foste, serás, hoje e sempre uma Rainha. 

Alcina Moreira