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segunda-feira, 13 de novembro de 2017

PEDAÇOS DE MIM


Eu sou feito de
Sonhos interrompidos

detalhes despercebidos
amores mal resolvidos

Sou feito de
Choros sem ter razão
pessoas no coração
atos por impulsão

Sinto falta de
Lugares que não conheci
experiências que não vivi
momentos que já esqueci

Eu sou
Amor e carinho constante
distraída até o bastante
não paro por instante

Tive noites mal dormidas
perdi pessoas muito queridas
cumpri coisas não-prometidas

Muitas vezes eu
Desisti sem mesmo tentar
pensei em fugir,para não enfrentar
sorri para não chorar

Eu sinto pelas
Coisas que não mudei
amizades que não cultivei
aqueles que eu julguei
coisas que eu falei

Tenho saudade
De pessoas que fui conhecendo
lembranças que fui esquecendo
amigos que acabei perdendo
Mas continuo vivendo e aprendendo.
Martha Medeiros

Foto - São Roque de Minas

sexta-feira, 11 de agosto de 2017

Definitivo


Definitivo, como tudo o que é simples. Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram. 

Sofremos por quê? Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos,por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos. Por todos os beijos cancelados, pela eternidade. 

Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar.

Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender. 

Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada. 

Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar. 

Por que sofremos tanto por amor? O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável,um tempo feliz.

Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um verso: Se iludindo menos e vivendo mais!

A cada dia que vivo, mais me convenço de que o desperdício da vida está no amor que não damos, nas forças que não usamos, na prudência egoísta que nada arrisca, e que, esquivando-se do sofrimento, perdemos também a felicidade. 

A dor é inevitável. O sofrimento é opcional...
Martha Medeiros



Foto - Paraty/RJ

sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Se achar que precisa voltar, volte!


Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário. 
Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas. 
Se achar que precisa voltar, volte! 
Se perceber que precisa seguir, siga! 
Se estiver tudo errado, comece novamente. 
Se estiver tudo certo, continue.
Se sentir saudades, mate-a. 
Se perder um amor, não se perca! 
Se o achar, segure-o!

Silvana Duboc




Foto -  Serra Bocaina de Minas, Bananal/SP


quinta-feira, 18 de maio de 2017

O Poço

Cais, às vezes, afundas
em teu fosso de silêncio,

em teu abismo de orgulhosa cólera,
e mal consegues
voltar, trazendo restos
do que achaste
pelas profunduras da tua existência.

Meu amor, o que encontras

em teu poço fechado?
Algas, pântanos, rochas?
O que vês, de olhos cegos,
rancorosa e ferida?

Não acharás, amor,

no poço em que cais
o que na altura guardo para ti:
um ramo de jasmins todo orvalhado,
um beijo mais profundo que esse abismo.

Não me temas, não caias

de novo em teu rancor.
Sacode a minha palavra que te veio ferir
e deixa que ela voe pela janela aberta.
Ela voltará a ferir-me
sem que tu a dirijas,
porque foi carregada com um instante duro
e esse instante será desarmado em meu peito.

Radiosa me sorri

se minha boca fere.
Não sou um pastor doce
como em contos de fadas,
mas um lenhador que comparte contigo
terras, vento e espinhos das montanhas.

Dá-me amor, me sorri

e me ajuda a ser bom.
Não te firas em mim, seria inútil,
não me firas a mim porque te feres.


Pablo Neruda






Foto - Visconde de Mauá, Resende/RJ

quarta-feira, 3 de maio de 2017

Abraçar a vida....


Já perdoei erros quase imperdoáveis,
Tentei substituir pessoas insubstituíveis e esquecer pessoas inesquecíveis.
Já fiz coisas por impulso,
Já me decepcionei com pessoas quando nunca pensei me decepcionar, mas também já decepcionei alguém.

Já abracei pra proteger,
Já dei risada quando não podia,
Já fiz amigos eternos,
Já amei e fui amado, mas também já fui rejeitado,
Já fui amado e não soube amar.

Já gritei e pulei de tanta felicidade,
Já vivi de amor e fiz juras eternas, mas "quebrei a cara" muitas vezes!
Já chorei ouvindo música e vendo fotos,
Já liguei só pra escutar uma voz,
Já me apaixonei por um sorriso,

Já pensei que fosse morrer de tanta saudade e... tive medo de perder alguém especial (e acabei perdendo). Mas sobrevivi!

E ainda vivo!
Não passo pela vida...
e você também não deveria passar. Viva!

Bom mesmo é ir a luta com determinação,
Abraçar a vida e viver com paixão,
Perder com classe e vencer com ousadia,
Porque o mundo pertence a quem se atreve
e a vida é muito para ser insignificante.

Charles Chaplin








Foto - Meu Jardim, Resende,RJ

sábado, 22 de abril de 2017

Assim o amor....

Assim o amor
Espantado meu olhar com teus cabelos
Espantado meu olhar com teus cavalos
E grandes praias fluidas avenidas
Tardes que oscilam demoradas
E um confuso rumor de obscuras vidas
E o tempo sentado no limiar dos campos
Com seu fuso sua faca e seus novelos

Em vão busquei eterna luz precisa

Sophia de Mello Breyner Andresen, in “Obra Poética”  










Foto - Trindade, RJ







terça-feira, 18 de abril de 2017

Adeus, meus sonhos....


Adeus, meus sonhos, eu pranteio e morro!
Não levo da existência uma saudade!
E tanta vida que meu peito enchia
Morreu na minha triste mocidade!
Misérrimo! Votei meus pobres dias
À sina doida de um amor sem fruto,
E minh’alma na treva agora dorme
Como um olhar que a morte envolve em luto.
Que me resta, meu Deus?
Morra comigo
A estrela de meus cândidos amores,
Já não vejo no meu peito morto
Um punhado sequer de murchas flores!

Álvares de Azevedo 








Foto - Amor Perfeito -Jardim - Resende/RJ

domingo, 9 de abril de 2017

Amo-te....



Amo-te como a planta que não floriu e tem
dentro de si, escondida, a luz das flores,
e, graças ao teu amor, vive obscuro em meu corpo
o denso aroma que subiu da terra.

Amo-te sem saber como, nem quando, nem onde,
amo-te diretamente sem problemas nem orgulho:
amo-te assim porque não sei amar de outra maneira,

a não ser deste modo em que nem eu sou nem tu és,
tão perto que a tua mão no meu peito é minha,
tão perto que os teus olhos se fecham com meu sono.

Pablo Neruda









Foto - Flores do meu jardim

terça-feira, 28 de março de 2017

Pedaço de mim....



Oh, pedaço de mim
Oh, metade afastada de mim
Leva o teu olhar
Que a saudade é o pior tormento
É pior do que o esquecimento
É pior do que se entrevar

Oh, pedaço de mim
Oh, metade exilada de mim
Leva os teus sinais
Que a saudade dói como um barco
Que aos poucos descreve um arco
E evita atracar no cais

Oh, pedaço de mim
Oh, metade arrancada de mim
Leva o vulto teu
Que a saudade é o revés de um parto
A saudade é arrumar o quarto
Do filho que já morreu

Oh, pedaço de mim
Oh, metade amputada de mim
Leva o que há de ti
Que a saudade dói latejada
É assim como uma fisgada
No membro que já perdi

Oh, pedaço de mim
Oh, metade adorada de mim
Leva os olhos meus
Que a saudade é o pior castigo
E eu não quero levar comigo
A mortalha do amor
Adeus

Chico Buarque

sábado, 25 de março de 2017

O Mapa...



(...)Quando eu for, um dia desses, 
Poeira ou folha levada 
No vento da madrugada, 
Serei um pouco do nada 
Invisível, delicioso.

Que faz com que o teu ar 
Pareça mais um olhar, 
Suave mistério amoroso, 
Cidade de meu andar 
(Deste já tão longo andar!) 

E talvez de meu repouso... 

Mario Quintana











Foto - Lago de Furnas, MG

quinta-feira, 16 de março de 2017

Aos nossos olhos....



Uma decepção pode diminuir o tamanho de um amor que parecia ser grande. Uma ausência pode aumentar o tamanho de um amor que parecia ser ínfimo. É difícil conviver com esta elasticidade: as pessoas se agigantam e se encolhem aos nossos olhos. Nosso julgamento é feito não através de centímetros e metros, mas de ações e reações, de expectativas e frustrações.
Martha Medeiros

Foto - Flores em Francisco Xavier, SP

terça-feira, 14 de março de 2017

Tomara


Que a tristeza te convença
Que a saudade não compensa
E que a ausência não dá paz
E o verdadeiro amor de quem se ama
Tece a mesma antiga trama
Que não se desfaz

E a coisa mais divina
Que há no mundo
É viver cada segundo
Como nunca mais...

Vinicius de Moraes







Foto - Castelo de Guimarães, Portugal

quarta-feira, 8 de março de 2017

Solitário...



Como um fantasma que se refugia
Na solidão da natureza morta,
Por trás dos ermos túmulos, um dia,
Eu fui refugiar-me à tua porta!
Fazia frio e o frio que fazia
Não era esse que a carne nos conforta…
Cortava assim como em carniçaria
O aço das facas incisivas corta!
Mas tu não vieste ver minha desgraça!
E eu saí, como quem tudo repele,
-Velho caixão a carregar destroços-
Levando apenas na tumbal carcaça
O pergaminho singular da pele
E o chocalho fatídico dos ossos!
 Augusto dos Anjos 

segunda-feira, 6 de março de 2017

Despedidas....



Começo a olhar as coisas
como quem, se despedindo, se surpreende
com a singularidade
que cada coisa tem
de ser e estar.
Um beija-flor no entardecer desta montanha
a meio metro de mim, tão íntimo,
essas flores às quatro horas da tarde, tão cúmplices,
a umidade da grama na sola dos pés, as estrelas
daqui a pouco, que intimidade tenho com as estrelas
quanto mais habito a noite!
Nada mais é gratuito, tudo é ritual
Começo a amar as coisas
com o desprendimento que só têm os que amando tudo o que perderam
já não mentem.
 Affonso Romano de Sant’Anna 

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Mulher....



Mulher perdida, abandonada, 
Remexe no seu bolso e não encontra nada. 
Mulher corajosa que enfrenta a adversidade, 
Na busca da felicidade. 
Mulher que chora, porque foi magoada, 
Que ergue a cabeça e segue determinada. 
Mulher honesta e justa 
Que luta, que grita que enfrenta, 
Aquilo que ao próprio homem custa. 
Mulher, amante, amiga, companheira, 
Que te abre sua cama, num dia de canseira. 
Mulher bela, mulher feia, mulher doce e amarga, 
Que te perdoa e desculpa, 
Que por ti ergue a bainha de sua espada. 
Mulher, metáfora do amor, 
Que esconde suas lágrimas, 
Para te proteger de sua dor. 
Mulher nobre, mulher fútil 
Que te abre sua porta 
Quando te pode ser útil. 
Mulher pobre que a criança sustenta, 
E que sem forças, sua vida acalenta. 
Mulher da vida, mulher heroína, 
És, foste, serás, hoje e sempre uma Rainha. 

Alcina Moreira

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Não sei que dor é esta...


Cruzei-me com o mar, o rio e o vento
Neste ermo e outra encruzilhada
Se me dei tanto e fui o seu alento
Na hora certa me foram só um nada

Não sei que dor é esta que sustento
Se na dor não sinto um nada sufocada
Não sei se o amor quer ser o meu alento
Ou se foi já minha alma em debandada

Sempre fui cedo e sem demora
Dizer-me em todas as muralhas
Mas tarde sou somente agora

Mulher em todas as jornadas
Plebeia em todos os caminhos
Um ser que sente todas as nortadas

Dolores Marques




Foto - Furnas, Mg

sábado, 14 de janeiro de 2017

Um sonho pra mim...


"Você é assim
Um sonho pra mim
E quando eu não te vejo
Eu penso em você
Desde o amanhecer
Até quando eu me deito...

Eu gosto de você
E gosto de ficar com você
Meu riso é tão feliz contigo
O meu melhor amigo

É o meu amor..."



 Marisa Monte E Arnaldo Antunes


#1/52semanasdegratidão


Foto - Thais e João