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quinta-feira, 20 de setembro de 2018

O tempo e as jabuticabas

Contei meus anos e
descobri que terei menos tempo para viver
daqui para frente do que já vivi até agora.
Tenho mais passado do que futuro…
Sinto-me como aquele menino
que ganhou uma bacia de jabuticabas…
As primeiras, ele chupou displicente…
mas percebendo que faltam poucas,
rói o caroço…
Já não tenho tempo
para lidar com mediocridades…
Não quero estar em reuniões
onde desfilam egos inflados.
Inquieto-me com invejosos
tentando destruir quem eles admiram,
cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo
para conversas intermináveis…
Já não tenho tempo para administrar
melindres de pessoas que,
apesar da idade cronológica,
são imaturas…
Detesto fazer acareação de desafetos
que brigaram pelo majestoso
cargo de secretário geral do coral…
As pessoas não debatem conteúdos…
apenas os rótulos…
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos…
quero a essência…
minha alma tem pressa…
Sem muitas jabuticabas na bacia,
quero viver ao lado de gente humana, muito humana;
que sabe rir de seus tropeços…
não se encanta com triunfos…
não se considera eleita antes da hora…
não foge de sua mortalidade..
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade…
O essencial faz a vida valer a pena…
e para mim
basta o essencial…
Rubem Alves

quarta-feira, 25 de julho de 2018

A cor do invisível...





Eu escrevi um poema triste
E belo, apenas da sua tristeza.

Não vem de ti essa tristeza
Mas das mudanças do Tempo,
Que ora nos traz esperanças
Ora nos dá incerteza...

Nem importa, ao velho tempo,
Que sejas fiel ou infiel...

Eu fico, junto à correnteza,
Olhando as horas tão breves...
E das cartas que me escreves
Faço barcos de papel

Mário Quintana

terça-feira, 17 de abril de 2018

Viver a vida intensamente....



Tenho um instinto só meu.

 Gosto de viver assim, sem limites, fazendo a vida se moldar em mim. 

Brinco com o tempo, contrariando sua exatidão. 

Nada pode ser sério demais. Sigo os ponteiros do meu coração. 

Sou de um jeito exagerado, sou o espanto por não ter na fala a pausa precisa.

 Sou borboleta arisca, que arrisca, à espera da flor mais bela.

Sou a cada minuto, a sugestão de um momento.

Sou sentimento, apego, carinho, a falta.

Por quanto tempo eu viver, seguirei achando que ainda não amei o suficiente.

 Sou só eu mesma a todo instante.

Patty Vicensotti

sábado, 7 de abril de 2018

A vida não tem manual...


Sabe qual é o grande mistério da vida? É que só se aprende a viver, vivendo. E cada vida é única! Seria muito fácil se os erros da vida dos outros e os aprendizados pudessem transferidos de pessoa em pessoa. Acontece que errar faz parte da vida, só não erra quem nada faz.

O grande problema de errar, é ver nos erros um fracasso de onde nenhuma lição se pode tirar. São os erros que cometemos que faz de cada um de nós pessoas singulares, únicas. Muitas vezes nos apegamos tanto aos erros, que passamos a vida tentando corrigi-los sem nunca parar para pensar o que podemos aprender com os erros e como acertar da próxima vez.

O tempo não para. A vida não volta atrás. E vamos continuar errando. Só não podemos nos dar o luxo de cometer sempre os mesmo erros. Há muitas maneiras diferentes de errar, e cada uma nos traz uma lição. A vida não vem com manual, e se pudéssemos escrever um manual no fim da vida, não serviria para ninguém além de nós mesmos. Todos somos diferentes.

Não se condene pelos maus passos que deu no passado. Mas olhe para trás, veja onde está pisando e escolha muito bem o seu caminho no futuro.


Autor Desconhecido





Foto - Parque Itatiaia

quarta-feira, 4 de abril de 2018

A arte de ser feliz...

Houve um tempo em que minha janela se abria
sobre uma cidade que parecia ser feita de giz.
Perto da janela havia um pequeno jardim quase seco.
Era uma época de estiagem, de terra esfarelada,
e o jardim parecia morto.
Mas todas as manhãs vinha um pobre com um balde,
e, em silêncio, ia atirando com a mão umas gotas de água sobre as plantas.
Não era uma rega: era uma espécie de aspersão ritual, para que o jardim não morresse.
E eu olhava para as plantas, para o homem, para as gotas de água que caíam de seus dedos magros e meu coração ficava completamente feliz.
Às vezes abro a janela e encontro o jasmineiro em flor.
Outras vezes encontro nuvens espessas.
Avisto crianças que vão para a escola.
Pardais que pulam pelo muro.
Gatos que abrem e fecham os olhos, sonhando com pardais.
Borboletas brancas, duas a duas, como refletidas no espelho do ar.
Marimbondos que sempre me parecem personagens de Lope de Vega.
Ás vezes, um galo canta.
Às vezes, um avião passa.
Tudo está certo, no seu lugar, cumprindo o seu destino.
E eu me sinto completamente feliz.
Mas, quando falo dessas pequenas felicidades certas,
que estão diante de cada janela, uns dizem que essas coisas não existem,
outros que só existem diante das minhas janelas, e outros,
finalmente, que é preciso aprender a olhar, para poder vê-las assim.


Cecília Meireles





Foto - Estrada Resende - Arapeí

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Marcas do tempo ...


Tenho marcas no corpo
Feitas a contra gosto...
Em cada ano...
Um traço novo!
Qual mapa precioso
Que guarda um tesouro...
Desgastei-me aos poucos
No longo caminho da vida
Que me fugia...
Que corria sempre
Dois passos à frente!
E sorria...
E eu... envelhecia...
Não há reviravolta
Nem contravolta
Nem tampouco revolta
Sou o tempo sem volta!...

Maria de Lurdes Dias







quinta-feira, 11 de maio de 2017

Visitando o tempo...


Ah, tempo, tempo,
Deverias ser um corredor
Cheio de portas.

Com uma chave mágica em nossas mãos
Abriríamos a porta
Da saudade,

E visitaríamos de tempos em tempos
Tudo que fez parte de nossas vidas.
.Encontraríamos tudo intacto a nossa espera,

Ficaríamos a sorrir...

Se assim fosses,
Ninguém choraria

A tua passagem
E nem sentiria saudades.

Nair Damasceno







Foto - Guimarães, Portugal

segunda-feira, 27 de março de 2017

Vive...


Vive, dizes, no presente,
Vive só no presente.

Mas eu não quero o presente, quero a realidade;
Quero as cousas que existem, não o tempo que as mede.

O que é o presente?
É uma cousa relativa ao passado e ao futuro.
É uma cousa que existe em virtude de outras cousas existirem.
Eu quero só a realidade, as cousas sem presente.

Não quero incluir o tempo no meu esquema.
Não quero pensar nas cousas como presentes; quero pensar nelas
como cousas.

Não quero separá-las de si-próprias, tratando-as por presentes.

Eu nem por reais as devia tratar.
Eu não as devia tratar por nada.

Eu devia vê-las, apenas vê-las;
Vê-las até não poder pensar nelas,
Vê-las sem tempo, nem espaço,
Ver podendo dispensar tudo menos o que se vê.
É esta a ciência de ver, que não é nenhuma.

Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"  











Foto - Praça da Academia Militar das Agulhas Negras, Resende/RJ

sábado, 4 de fevereiro de 2017

Felicidade é uma viagem...



Por muito tempo, eu pensei que a minha vida fosse se tornar uma vida de verdade.
Mas sempre havia um obstáculo no caminho, algo a ser ultrapassado antes de começar a viver, um trabalho não terminado, uma conta a ser paga. aí sim, a vida de verdade começaria. Por fim, cheguei à conclusão de que esses obstáculos eram a minha vida de verdade. 
Essa perspectiva tem me ajudado a ver que não existe um caminho para a felicidade. 
A felicidade é o caminho! Assim, aproveite todos os momentos que você tem. 
E aproveite-os mais se você tem alguém especial para compartilhar, especial o suficiente para passar seu tempo; e lembre-se que o tempo não espera ninguém. 
Portanto, pare de esperar até que você termine a faculdade; até que você volte para a faculdade; até que você perca 5 kg; até que você ganhe 5 kg; até que seus filhos tenham saído de casa; até que você se case; até que você se divorcie; até sexta à noite até segunda de manhã; até que você tenha comprado um carro ou uma casa nova; até que seu carro ou sua casa tenham sido pagos; até o próximo verão, outono, inverno; até que você esteja aposentado; até que a sua música toque; até que você tenha terminado seu drink; até que você esteja sóbrio de novo; até que você morra; e decida que não há hora melhor para ser feliz do que agora mesmo... 
Lembre-se: felicidade é uma viagem, não um destino.

Henfil











Foto - Rodovia Pres. Dutra

#5/52semanasdegratidão